O engenheiro agrônomo Raimundo Nonato Guimarães Teixeira e o médico veterinário Marcos Tucunduva de Faria, ambos da Embrapa Amazônia Oriental, no Pará, vieram a Rondônia conhecer o projeto exitoso de criação de pirarucu, desenvolvido por agricultores rondonienses com incentivo e fomento do governo do estado.
Os visitantes são técnicos do mais alto gabarito, com larga experiência na atividade piscícola, mas que reconhecem o desenvolvimento da piscicultura rondoniense como referência para a criação de peixes na Amazônia.
Eles foram recebidos no escritório local da Emater-RO e seguiram para o campo, onde visitaram projetos bem sucedidos de criação de pirarucu em tanques de lona e com reaproveitamento da água retirada dos tanques carregada de resíduos de ração e fezes dos animais.
A água usada na piscicultura é reaproveitada na irrigação e fertilização de pomares e cultivo de hortaliças, evitando-se assim o retorno dos efluentes aos mananciais. Os pesquisadores conversaram com o agricultor Domingos Mendes, do reassentamento Santa Rita, que explicou o caráter agroecológico da criação integrada com a agricultura, principalmente com a cultura do açaí.
Visitaram também a propriedade do agricultor Antonio Varine no reassentamento São Domingos, onde a criação de pirarucu é integrada com o cultivo de hortaliças, e o produtor mantém um tanque em observação para confirmar os resultados, que em primeira analise, foram considerados satisfatórios para criação da espécie tambaqui na água de reúso, com considerável economia de ração.
Além do interesse científico sobre a criação intensiva do pirarucu, eles também buscam informações práticas que facilitem a execução de um projeto patrocinado pelo Banco da Amazônia, denominado Implantação da Criação de Pirarucu em Tanques Moveis nas Comunidades Ribeirinhas de Santarém no Pará.
O projeto com as comunidades tem o interesse de oferecer mais uma oportunidade de renda e fonte de alimento às famílias ribeirinhas de Santarém no Pará, que praticam a pesca artesanal, mas sofrem com a sazonalidade da atividade.
A piscicultura, em especial a criação do pirarucu em tanques de lona como está sendo feita em Rondônia, poderá ser desenvolvida pelos ribeirinhos paraenses como atividade econômica complementar e ambientalmente desejável, já que poderá diminuir a pressão sobre os cardumes nativos e prover a sonhada sustentabilidade econômica.
Em Rondônia a conversão alimentar do pirarucu é, em média, de 1,7quilo de ração para 1 quilo de peixe, diz Marcos Carvalho, gerente do escritório local da Emater-RO em Porto Velho e responsável técnico pelos projetos de criação de pirarucu em tanques de lona.
Fonte: Secom – Governo de Rondônia