Chamado de “terapia com ondas de choque de baixa intensidade”, o tratamento utiliza um transdutor (aparelho semelhante ao usado em exames de ultrassom) para transmitir a onda eletromagnética ao pênis. Os efeitos da técnica na circulação já haviam sido testados na cardiologia, com o objetivo de induzir o crescimento de vasos sanguíneos.
No experimento, 56 homens fizeram o tratamento por cinco semanas. Segundo os cientistas, “o estudo mostra uma possível cura em alguns pacientes, mas mais pesquisas são necessárias” para confirmar a eficácia da técnica.
Depoimentos.
O empresário Antenor (nome fictício), 77 anos, diz que após a segunda sessão já notou resultado da estimulação. Ele, que é diabético, conta que comprimidos como o Viagra e o Cialis já não estavam funcionando corretamente há alguns anos. “Precisava estar muito inspirado para dar certo, e eu ficava aborrecido com isso”, conta. O tratamento, diz, parece fisioterapia: “Não dói, mas dá para sentir que tem algo acontecendo lá embaixo”.
O também empresário Eduardo (nome fictício), 44, sofre com pressão alta, diabetes e com colesterol, que “às vezes sai do controle”. “O estresse mina as pessoas por dentro”, diz. Fazia alguns meses que ele tinha notado a perda de potência sexual, mas não chegou a usar o Viagra, “o que seria o caminho natural”.
Em uma consulta, seu urologista recomendou o novo tratamento, para o qual até então não foram relatados efeitos colaterais.
“Eu tive que abrir uma champanhe para comemorar com a minha mulher. Os efeitos foram excepcionais”, afirma o empresário. “Me sinto um molecão. Sem brincadeira: estou pelo menos 15 anos mais novo.”
Para o médico Wagner Raiter José, o momento vivido pela urologia atualmente é parecido com aquele do lançamento do Viagra, em 1998. “Até então homens jovens com casos que hoje são facilmente tratáveis acabavam fazendo implante. Não quer dizer que os implantes não serão mais necessários, mas que serão adiados por causa dessas técnicas [de ondas de choque e medicamentosas]”. Os pacientes “ideais” para a máquina são os diabéticos, tabagistas, hipertensos e com problemas de colesterol – que geralmente apresentam uma deterioração do fluxo sanguíneo nos vasos, inclusive no pênis.
Já pacientes com disfunção erétil secundária a cirurgias (como a retirada de tumor da próstata) geralmente perdem potência por causa da retirada de nervos. Nesses casos, a técnica pode decepcionar e não é a melhor opção.