O Centro de Reabilitação de Rondônia (Cero) foi criado em outubro de 2014 com uma missão especial: devolver esperança para o tratamento de sequelas graves desde a área ortopédica a neurológica em uma estrutura moderna. Em pouco tempo, o local se tornou referência de bom atendimento público de saúde no Estado, alcançando em 2016 mais de 93% da capacidade de atendimento. O que é atribuído aos profissionais com alta capacidade técnica, equipamentos modernos e principalmente o tratamento humanizado existentes no local.
O Cero está localizado em Porto Velho, na rua Petrolina, bairro Mariana, atendendo à demanda de Rondônia e até de estados vizinhos e países fronteiriços. Possui salas especiais para atendimento nas áreas de fisioterapia ortopédica, psicopedagogia, terapêutica, fisioterapia neurológica, fisioterapia infantil e psicologia. Conta com equipamentos para a reabilitação física, psíquica, auditiva e motora. A estrutura de alto nível disponível gratuitamente no estado tem causado um impacto positivo na promoção de saúde dos rondonienses. O que é comprovado pelos próprios pacientes.
‘‘Antes do tratamento eu sentia muitas dores devido à osteoporose, agora quase não sinto mais. Eu já precisei andar de cadeira de rodas, se eu não recebesse esse atendimento não poderia andar. Além disso, aqui sou bem tratada por todos os funcionários. Compareço ao Cero três dias da semana, mas se pudesse viria todo dia, é muito bom’’, avalia a dona de casa Maria Luiza, 54 anos, moradora do bairro Nova Esperança.
E não é difícil encontrar mais gente que se pudesse ficaria muito mais tempo no Cero. Na sala voltada para o atendimento infantil, os pais têm dificuldade de convencer os filhos que a sessão acabou e que é hora de ir para casa. E não é para menos, o ambiente lúdico, colorido e até com piscina de bolinhas deixa o tratamento muito mais divertido. O clima é de cumplicidade entre paciente e profissionais. Por menor que seja o resultado alcançado, a comemoração é grande. Eles sabem o que representa cada sinal de melhora.
“Antes do tratamento eu sentia muitas dores devido à osteoporose, agora quase não sinto mais. Eu já precisei andar de cadeira de rodas, se eu não recebesse esse atendimento não poderia andar” – Maria Luiza, dona de casa
Antes do Cero, o atendimento para reabilitação dos pacientes oferecido pelo estado era limitado a um núcleo que trabalhava dentro da Policlínica Osvaldo Cruz (POC). O centro representa um marco para o estado. ‘‘O planejamento traçado pelo governo e apoiado pela Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) em atenção a essa área foi um divisor de águas. Tanto que a gente considera que era um ‘sacerdócio’ realizar esses serviços nas condições que existiam anteriormente, mas isso mudou com a criação do centro de reabilitação’’, afirmou o diretor-geral do Cero, Yargo Machado.
‘‘Unimos vários outros modelos existentes no Brasil, tendo como exemplo o Hospital Sarah Kubitschek de Brasília, e o Centro de Reabilitação Dr. Henrique Santillo, em Goiânia, que são referências em reabilitação, e com isso trouxemos para a realidade de Rondônia o melhor do que era ofertado em serviços de reabilitação. E isso partiu de uma determinação do governador Confúcio Moura que viu a necessidade de prestar um serviço de melhor qualidade à população rondoniense’’, destaca.
Em 2015, o Cero trabalhou com capacidade instalada de 38.496 atendimentos e fez 29.215. No ano seguinte com a otimização dos serviços prestados aos rondonienses, o Centro conseguiu alcançar 93,88% da sua capacidade de atendimento com 39.565 pacientes atendidos. Uma meta considerada difícil de alcançar até mesmo pela rede particular de saúde. ‘‘Isso é resultado de um trabalho onde verificamos onde podíamos potencializar a nossa força de trabalho e a gestão efetiva da ocupação de vagas. Fiquei muito feliz com esse resultado’’, salientou.
ALTA COMPLEXIDADE
O Cero é responsável pelos casos de alta complexidade que é dever do estado, ‘‘porém a prestação de serviço em reabilitação em todos os segmentos é carente, então acabamos por absorver casos de menor complexidade também’’, afirmou o diretor.
Para atender a esta demanda, o Cero conta com 50 profissionais divididos entre o setor administrativo e os serviços médicos, profissionais de alta capacidade técnica e até com especializações exclusivas. ‘‘Nós temos a única psicopedagoga da saúde no Estado, um médico, vários fisioterapeutas e terapeutas ocupacionais, fonoaudiólogas, assistentes sociais e psicólogos’’, disse.
Segundo o diretor, com o Centro houve a inserção da política de trabalho multidisciplinar. ‘‘Essa interação entre os profissionais permite um olhar mais humano ao paciente. O grande diferencial desse Centro de Reabilitação é a qualidade no serviço prestado a população, pois o profissional pensa na diferença que esse processo de reabilitação fará na vida de cada paciente’’, considera.
‘‘Nosso público é em grande parte pessoas carentes. São pessoas que precisam de cuidado, não só de tratamento, precisam de uma palavra amiga, de um apoio moral e acabamos desenvolvendo um vinculo tanto com o paciente como com a família. Tratamos o paciente como um todo, não só a parte física’’, destacou o fisioterapeuta Fabrício Silva Teixeira.
Para ele, os resultados positivos no tratamento é a motivação diária do trabalho. ‘‘O que encoraja a gente a estudar, se dedicar mais e que dá ânimo para a gente continuar trabalhando é perceber as melhoras nos pacientes, não há nada mais satisfatório’’, considera.
Ele recorda um caso marcante. ‘‘Teve um paciente que chegou aqui com traumatismo craniano. Ele foi assaltado e deram pauladas na cabeça. Chegou de cadeira de rodas, desacreditado e em dois meses ele já estava totalmente funcional, fazendo de tudo’’, relatou.
‘‘O governador se preocupa muito com o acompanhamento desses pacientes do Cero e a Secretaria de Estado da Saúde na responsabilidade do secretário Williames Pimentel e secretário adjunto Luiz Eduardo Maiorquim junto com o diretor Yargo fizeram esse enlace para ter um médico para prestar esse serviço no Cero. Com isso, meu trabalho veio pra somar com os serviços do local, fazendo as consultas e os encaminhamos após a finalização da terapia’’, considera o médico Sidomar Cardoso.
O local também conta com o trabalho de acadêmicos do curso de fisioterapia das instituições de ensino superior. ‘‘Eles podem desfrutar desse ambiente rico para o estágio acadêmico’’, avalia o diretor.
DEMANDAS
De acordo com o diretor, as áreas que registram maior número de atendimento é a fisioterapia neurológica e a fonoaudiologia. ‘‘Para essas especializações temos um perfil de pacientes que necessitam ficar um longo tempo em tratamento’’, disse. Para estimular o paciente a não abandonar o tratamento o Cero desenvolveu uma estratégia de comprometimento com o serviço prestado.
‘‘Nós temos um contrato de terapia, se o paciente não comparecer dentro das condições estabelecidas, ele é desligado do tratamento e aquela vaga é ocupada por outro paciente que está em espera. Quando começamos a desenvolver essa iniciativa junto com o aumento da qualidade dos serviços nós começamos a ter dificuldade de que o paciente ao concluir o tratamento deixe de frequentar o local. Eles criam vínculos conosco e ficam tristes de sair da terapia’’, revelou.
O Cero também realiza a distribuição de meios auxiliares de locomoção em todo o estado, entre cadeiras de rodas, bengala; cadeiras de banho e muleta auxiliar. Foram 2.343 benefícios entregues em 2015 e mais 2.215 em 2016
DIFERENCIAIS
O Centro de Reabilitação conta com sala de estimulação sensorial que é uma mini-casa adaptada para aqueles que perderam a visão possam se adaptar ao ambiente e assim voltar a ter autonomia dentro da própria residência. Nela também há no painel e nas paredes bolas de pingue-pongue, canequinhas, peças para encaixe, tomadas de lâmpadas, clips e CDs entre outros objetos que ajudam na diferenciação dos tipos de materiais.
A expectativa agora é para a inauguração da sala de estimulação precoce para crianças vítimas de microcefalia, em decorrência de zika vírus. O que segundo o diretor deve acontecer nas próximas semanas. O tratamento já tem acontecido no local, mas será potencializado com essa sala especial.
‘‘Nós estamos com atenção redobrada para esses casos, inclusive acompanhando artigos acadêmicos sobre o aparecimento de agravantes como a síndrome de Guillain-Barré’’, disse. O que demostra a preocupação de Rondônia a dar respostas imediatas quanto ao tratamento de problemas de saúde que tem surgido no País.
Também faz parte da projeção para o Centro a construção de uma piscina e a fábrica de próteses móvel que irá atender o interior do estado. ‘‘Nós conseguimos uma emenda parlamentar no valor de R$ 2,5 milhões para o nosso projeto do complexo de hidroterapia’’, comemorou o diretor, adiantando que para a fábrica de próteses o Cero aguarda a compra de insumos para colocar a unidade móvel em ação.
Para receber atendimento no Cero é preciso ter encaminhamento médico, apresentar o cartão do SUS e documentos pessoais para que o tratamento seja agendado. ‘‘Não temos filas de espera, tudo é agendado e um dia antes do atendimento entramos em contato com paciente para lembra-lo do horário da terapia’’, afirma. Um compromisso com a saúde dos rondonienses
‘‘Nós ainda temos muito que melhorar, mas como gestor já fico muito feliz dos resultados alcançados. O Cero vem para ser modelo e já é uma instituição reconhecida pelo Conselho de Regulamentação Profissional pela qualidade do serviço público’’, destacou.
Fonte: Secom – Governo de Rondônia