A Biblioteca Municipal Francisco Meirelles há cinco anos desenvolve o trabalho de inclusão com Deficientes Visuais através do acompanhamento realizado na Sala de Braile. É uma sala totalmente aparelhada, com recursos de áudio, computadores adaptados e centenas de livros em braile. “Atendemos aos cegos e aqueles que têm baixa visão. Temos uma parceria com a Fundação Dorina Nowill para Cegos que todos os meses nos encaminha livros para que a gente consiga fazer a inclusão social. Além disso, aqui na biblioteca temos uma parceria com a Associação dos Deficientes Físicos de Rondônia. Temos uma frequência muito boa. Principalmente, quando realizamos projetos que atraem esses cegos para a biblioteca. Além disso, acadêmicos dos cursos de Pedagogia da Universidade Federal de Rondônia e demais faculdades do município frequentam o local que já foi, inclusive, objeto de monografia”, afirma Adson Kleber.
Robson André Souza, é estudante, nasceu com problemas visuais e perdeu a visão completamente aos nove anos. “Aprendi Braile aqui na cidade. Frequento muito este ambiente e tem muitos livros que já li. Hoje o que eu sei ensino para outros”, conta. João Bosco tem diabetes e sofreu um processo degenerativo, perdendo parte da audição e desenvolvendo um glaucoma que o fez perder completamente a visão. “Tive que readaptar a tudo. Busco nos computadores a acessibilidade. Uso programas que são desenvolvidos para cegos. E por mais que tenhamos condições os computadores têm que estar adaptados. Hoje procuro retornar as atividades da minha profissão para me reinserir no mercado de trabalho”, disse João.
Os empréstimos de livros em Braile funcionam em um regime diferenciado. “Respeitamos a condição de cada deficiente visual e do tempo que ele necessita para leitura. Temos um bom grupo que nos procura para fazer empréstimo. Poderíamos ter mais leitores, mas existem muitos que ficam cegos e não tem acesso ao aprendizado da leitura em braile. A leitura é importante, por exemplo, para o domínio da gramática e para que o cego possa passar em um concurso”, disse a coordenadora da sala, Genoveva Brasileiro. “Nosso acervo é diversificado, e vai desde livros como a Bíblia Sagrada aos Cinquenta Tons de Cinza. E aquele deficiente visual que não tem a leitura em braile pode ter acesso ao audiolivro”, explica Adson Kleber.
A procura por livros na biblioteca está crescendo. Para adquirir uma obra emprestada é necessário os seguintes documentos: RG, CPF, comprovante de residência. Nos casos de livros que não são em Braile o primeiro empréstimo é de apenas um livro durante sete dias, podendo ser renovado por telefone por mais sete dias. A partir do segundo empréstimo podem ser dois livros.
A Biblioteca Municipal Francisco Meirelles possui 40 anos de fundação e conta com um acervo de cerca de sessenta mil títulos entre periódicos, livros e outros. Também conta com espaços especiais, caso da sala de Braile, a sala de literatura infantil, a sala de literatura juvenil, a sala de literatura regional e a sala dos periódicos.
Fonte: Comdecom / Rebeca Barca
Fotos: Frank Néry