O AAS (ácido acetilsalicílico), também conhecido como aspirina, é utilizado por pacientes de risco, para prevenir infarto, AVC (acidente vascular cerebral) e doença vascular periférica. No entanto, ele pode causar complicações gastrointestinais. Segundo os pesquisadores, reduzir a dose de diária para uma a cada três dias mantém a eficiência sem agredir o aparelho gástrico.
“Há 50 anos, o AAS tem sido adotado na prevenção de eventos cardiovasculares, mas seu uso constante pode causar irritação e sangramento gástrico – muitas vezes sem sintomas prévios. Por isso, nos últimos anos, vem se tentando reduzir a dose. Neste estudo, propomos um esquema terapêutico diferente”, disse Gilberto De Nucci, coordenador do estudo.
Conforme o especialista, o ácido acetilsalicílico inibe a ação da enzima COX (cicloxigenase). Nas plaquetas, isso diminui a produção de tromboxano, um tipo de lipídeo que favorece a agregação plaquetária.
Por essa razão, na linguagem popular, costuma se dizer que o AAS “afina” o sangue, ou seja, diminui a probabilidade de formação de coágulos que podem obstruir o fluxo sanguíneo.
Por outro lado, na mucosa gástrica, a inibição da enzima COX diminui a produção de prostaglandinas – substâncias lipídicas que protegem o estômago e o intestino.
O estudo conclui que o uso de AAS a cada 72 horas é tão eficaz quanto – e mais seguro – do que seu uso diário. Essa descoberta abre a possibilidade de adotar o fármaco também na prevenção primária de eventos cardiovasculares.
O FDA (Food and Drug Administration), órgão que regulamenta o consumo de alimentos e de medicamentos nos Estados Unidos, recomenda que o AAS seja usado apenas na prevenção secundária de doenças cardiovasculares.