Pela sexta vez consecutiva, o Banco Central decidiu cortar os juros básicos da economia (Selic). Ontem (31), a autoridade manteve a trajetória de cortes e reduziu a taxa de 11,25% ao ano para 10,25% ao ano, o menor nível para a Selic desde novembro de 2013.
Em decisão unânime, a diretoria do BC optou continuar o ritmo de cortes diante da melhoria da economia brasileira. Na reunião anterior, o ajuste feito também havia sido de 1 ponto percentual.
Em comunicado divulgado após a decisão, a diretoria BC afirmou que o cenário permanece em linha com estabilização da economia brasileira no curto prazo e com a recuperação gradual ao longo do ano. “O comportamento da inflação permanece favorável, com desinflação difundida inclusive nos componentes mais sensíveis ao ciclo econômico e à política monetária”, avaliou o BC.
Ainda no documento, a instituição explicou que, mesmo com as incertezas, o comportamento da inflação ao redor da meta de 4,5% perseguida pelo Banco Central é compatível com o processo de flexibilização monetária (corte de juros).
Importância da Selic
A definição da taxa Selic é importante para a economia por ser uma referência para investimentos. Os juros são considerados a menor taxa de retorno para o custo do dinheiro. Ou seja, quando um empresário decide tirar um projeto do papel, ele avalia se o lucro do projeto é maior ou menor que essa taxa básica.
Se a Selic for menor do que a taxa esperada de lucro do investimento, o mais provável é que esse empresário mantenha esses recursos investidos em alguma aplicação financeira, com risco menor.
Empréstimos e financiamentos
A taxa básica de juros também tem influência direta sobre o quanto um consumidor paga por empréstimos e financiamentos. Quando o BC altera o valor desta, também muda o custo dos bancos para captar recursos, dinheiro que será emprestado posteriormente aos clientes.
Se o custo do banco sobe, o empréstimo para o consumidor também pode subir. Se a taxa baixa, esse custo pode baixar. Os juros básicos ainda têm uma importância grande, porque ajudam a controlar a inflação.
O que é meta de inflação
No Brasil, para os preços não saírem de controle, foi criado um sistema de metas de inflação. Ele funciona assim: o Conselho Monetário Nacional (CMN), órgão formado por ministros de Estado, define um objetivo a ser perseguido pelo Banco Central. Em 2017, a meta é uma inflação em 4,5%.
Essa meta, no entanto, permite uma margem para abrigar possíveis crises e choques de preço. Ou seja, em situações excepcionais, o IPCA pode chegar a, no máximo, 6% e a no mínimo 3%.
Fonte: Banco Central