O Rio de Janeiro, para não dizer o mundo, viveu duas semanas de ressaca após o fim da Olimpíada. No entanto, foi apenas um pequeno intervalo para recuperar as forças. Afinal de contas, a Paralimpíada veio para completar o ciclo de grandes eventos na cidade. Chegou e trouxe uma simples mensagem: se o torcedor achou que tinha vivido fortes emoções em agosto, em setembro a carga seria ainda maior com os super atletas.
A cerimônia de abertura da Paralimpíada, assim como a da Olimpíada, ressaltou o espírito do carioca. Com referência à praia e aos ritmos populares da cidade, como o samba e o funk, o Maracanã sintetizou a essência da cidade-sede.
O colorido tomou conta em diversos momentos, trazendo não só leveza, mas a felicidade por celebrar um momento tão especial do esporte. E isto ficou visível durante a entrada das delegações. Sempre que um país era anunciado, o Maracanã ganhava as cores daquela nação. Além disso, um grande quebra-cabeça era montado no centro do gramado, que após a última peça, trazida pelo Brasil, formou um enorme coração.
O público também teve papel fundamental para deixar a cerimônia ainda mais bonita. Com praticamente todos os assentos preenchidos, fez muita festa e deu a carga emocional que o espetáculo pedia.
Dois momentos foram polêmicos: o primeiro no discurso do presidente do Comitê Rio-2016, Carlos Arthur Nuzman. Quando citou a união dos governos municipal, estadual e federal, vaias foram etoadas. O dirigente precisou esperar o fim das manifestações para seguir a oratória. O segundo ocorreu quando Michel Temer declarou os Jogos Paralímpicos abertos. O mandatário foi hostilizado em diversos momentos.
No ato mais esperado da cerimônia, uma justa homenagem. O nadador Clodoaldo Silva, multicampeão e que está em sua última Paralimpíada, foi o responsável por acender a pira. No entanto, o momento mais emocionante foi quando Marcia Malsar, a antepenúltima pessoa a carregar a chama, acabou caindo. O Maracanã inteiro aplaudiu a ex-paratleta de pé até o fim do percurso.
Nos próximos dias, os super atletas vão mostrar que suas respectivas deficiências não são nada perto do poder de superação. Desde já são verdadeiros campeões da vida. Quem comecem os Jogos! Quem comecem os Jogos!