Ex-ministro Antonio Palocci (BETO BARATA/Estadão Conteúdo)
No documento, ele escreve “Não posso deixar de destacar o choque de ter visto Lula sucumbir ao pior da política”
Suspenso pelo Diretório Nacional do PT há cinco dias, Antonio Palocci entregou nesta terça (26) uma carta de desfiliação da sigla (leia o documento na íntegra abaixo). O documento de quatro páginas foi endereçado à presidente do partido, a senadora Gleisi Hoffmann (PR).
No texto, Palocci adota um tom duríssimo contra o partido da qual já foi um dos principais nomes. Diz que o PT deveria reconhecer seus erros e colaborar com a Justiça, sugestão que ele próprio teria dado a Lula e Rui Falcão numa conversa antes de ser preso.
Palocci diz que seu depoimento a Sergio Moro foi absolutamente verdadeiro e que ele tem como provar o que diz. “Não posso deixar de destacar o choque de ter visto Lula sucumbir ao pior da política”, escreveu Palocci.
Na carta de desfiliação entregue à senadora Gleisi Hoffmann nesta terça (26), o ex-ministro Antonio Palocci afirmou que Dilma Rousseff e o ex-presidente da Petrobras José Sérgio Gabrielli vão confirmar o conteúdo das suas denúncias.
“Um dia, Dilma e Gabrielli dirão a perplexidade que tomou conta de nós após a fatídica reunião na biblioteca do Alvorada, onde Lula encomendou as sondas e as propinas, no mesmo tom, sem cerimônias, na cena mais chocante que presenciei do desmonte moral da mais expressiva liderança popular que o país construiu em toda nossa história”.
Na duríssima carta de desfiliação entregue ao Partido dos Trabalhadores, o ex-ministro Antonio Palocci questiona a defesa feita por Lula durante os depoimentos concedidos ao juiz Sergio Moro.
“Até quando vamos fingir acreditar na autoproclamação do ‘homem mais honesto do pais’ enquanto os presentes, os sítios, os apartamentos e até o prédio do Instituto são atribuídos a Dona Marisa?”
Palocci diz que o próprio Lula vai acabar confirmando os atos de corrupção do PT, da mesma forma que chegou a fazer no caso do mensalão, quando deu uma entrevista na França.
Fonte: VEJA