Os 50 milhões de reais que a Odebrecht destinou à campanha da presidente Dilma Rousseff em 2009, como contrapartida para a aprovação da Medida Provisória número 470, foram gastos, segundo os depoimentos de seis delatores, em forma de patrocínio à Revista Brasileiros, em pagamentos para o marqueteiro João Santana e entregues a João Vaccari Neto, “tudo por orientação de Guido Mantega”, conforme depoimentos dos delatores. A MP 470, aprovada no final do governo Lula, fixou regime específico para tratamento do passivo do IPI, que favoreceu a Odebrecht. Os recursos saíram dos cofres da Braskem, empresa das organizações Odebrecht.
Segundo Marcelo Odebrecht, o ministro Mantega disse a ele que tinha a expectativa de receber 100 milhões em propinas na campanha da reeleição, em 2014, montante que a empresa condicionou à aprovação da MP 613. “É aquela história, ele sabia que eu era um grande doador e a partir do momento em que estive com ele, tive acesso a ele. Ele sabia que estava falando com um grande doador”, disse Marcelo Odebrecht. Essa medida provisória disciplinava o Regime Especial da Indústria Química, um regime especial de desoneração fiscal pra a aquisição de matérias primas. A negociação em torno dos 100 milhões de reais que abasteceram a campanha à reeleição de Dilma em 2014 foram registrados na planilha Pós-Itália. Odebrecht disse que, por indicação da então presidente Dilma Rousseff, mantinha contato frequente com Guido Mantega.
Fonte: Veja