Juíza barra parte de ordem de Trump que restringe entrada de imigrantes, mas sua decisão é provisória e governo vai continuar deportando

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U.S. President Donald Trump shows an executive action he said would begin the rebuilding of the U.S. military by "developing a plan for new planes, new ships, new resources and new tools for our men and women in uniform" after signing it, at the Pentagon in Washington, U.S., January 27, 2017. REUTERS/Carlos Barria TPX IMAGES OF THE DAY

A Justiça Americana determinou, na noite deste sábado (28), a permanência nos Estados Unidos de refugiados e imigrantes de sete países muçulmanos que estavam prestes a serem deportados em razão de uma ordem executiva do presidente Donald Trump que barrava a entrada de cidadãos de países, que, segundo o governo americano, tem laços com o terrorismo.

Porém a decisão que barrou parte do decreto do presidente Donald Trump é limitada e garante apenas a permanência provisória nos Estados Unidos dos imigrantes já detidos nos aeroportos. Passageiros que chegarem a partir de hoje (29), podem ser detidos e deportados se não houver nenhuma outra nova ordem da Justiça em sentido contrário.

Na manhã deste domingo (29), o Departamento de Segurança Interna divulgou um comunicado informando que continuará aplicando a ordem executiva do presidente Donald Trump, assinada na sexta-feira (27), que proíbe a entrada de pessoas vindas de sete países predominantemente muçulmanos (Síria, Iêmen, Sudão, Somália, Iraque, Irã e Líbia), por um período de 90 dias. As pessoas vindas da Síria não se sujeitam ao prazo de 90 dias. Decisão do governo norte-americano estabeleceu que a proibição de refugiados e imigrantes da Síria é indefinido.

A juíza

A suspensão foi decidida pela juíza Ann Donnelly, da corte distrital de Brooklyn, em Nova York, e vai contra o veto aplicado pelo presidente Donald Trump à entrada de imigrantes e refugiados, principalmente de países com população de maioria muçulmana. Instâncias superiores da Justiça americana ainda vão examinar queixas de advogados e instituições de direitos humanos contra o mérito da ordem executiva do novo presidente.

Ao tomar a decisão de suspender a ordem executiva de Donald Trump, diante de um tribunal lotado, a juíza acolheu a argumentação da União Americana de Liberdades Civis (Aclu), que entrou com uma queixa neste sábado (28) contra a detenção de dois cidadãos iraquianos – Hameed Khalid Darweesh e Haider Sameer Abdulkhaleq Alshawi. A decisão a favor dos dois iraquianos beneficiou a todos os imigrantes e refugiados que estavam em situação semelhante.

“Acho que o governo [do presidente Donald Trump] não teve uma chance total de pensar sobre isso”, disse Donnelly, ao comentar que, o retorno de muitos imigrantes ou refugiados aos seus países de origem poderia provocar “danos irreparáveis”. Os danos, segundo ela, seriam as ameaças que muitos refugiados e imigrantes estariam sofrendo dos países de onde vieram.

Outra decisão

Minutos após a decisão da juíza de Nova York, outra decisão foi tomada pela juíza Leonie Brinnkema, em Alexandria, no estado da Virgínia, a respeito da ordem executiva de Donald Trump . Ela suspendeu por sete dias a deportação de qualquer pessoa, que chegue ao Aeroporto de Dulles, na Virgínia, e que disponha do Green Card, a autorização para que a pessoa trabalhe nos Estados Unidos.

Novo presidente

Desde que assumiu a presidência, no dia 20 de janeiro, o presidente Trump tem tomado a maior parte de suas decisões por meio de ordens executivas, por terem efeito imediato. Porém, a ordem para barrar a entrada de imigrantes e refugiados provocou caos nos principais aeroportos dos Estados Unidos, onde houve filas imensas para a checagem de documentação de passageiros, e também em aeroportos do exterior, onde alguns viajantes que se preparavam para ir aos Estados Unidos, receberam instruções para voltar a seus locais ou países de origem.

No Aeroporto JF Kennedy, em Nova York, uma multidão se formou para dar apoio aos refugiados e imigrantes. Centenas de pessoas levaram cartazes e gritavam palavras de protesto durante a tarde e a noite de sábado contra a ordem executiva adotada pelo presidente Donald Trump e a favor das pessoas detidas.

Casa Branca

Na Casa Branca, o presidente Donald Trump disse aos jornalistas que, um dia após sua ordem executiva, o movimento nos aeroportos parecia normal. “Está funcionando muito bem. Você vê isso nos aeroportos, você vê tudo”. Mas houve muitas críticas sobre a maneira como o presidente dos Estados Unidos adotou a proibição para a entrada de refugiados e imigrantes, incluindo pessoas que também têm o Green Card, que é a autorização para trabalhar nos Estados Unidos. Houve informações de que centenas de profissionais e de estudantes matriculados em universidades americanas, que tinham viajado para seus países de origem, foram impedidos de retornar aos Estados Unidos.

Fonte: EBC/Redação

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