Revoltado: Malafaia deixa Superintendência da PF após depoimento e reafirma ser inocente

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Pastor Silas Malafaia, leader of the evangelical church in Brazil, speaks at the "March For Family" demonstration against gay marriageabortion, in front of the National Congress in Brasilia June 5, 2013. REUTERS/Ueslei Marcelino (BRAZIL - Tags: POLITICS RELIGION CIVIL UNREST)

Durou pouco mais de uma hora e meia o depoimento do pastor Silas Malafaia, da igreja Assembleia de Deus Vitória em Cristo, hoje (16) na Polícia Federal, em São Paulo. Malafaia foi levado coercitivamente para depor, durante a Operação Timóteo, deflagrada pela Polícia Federal, que investiga irregularidades em cobranças de royalties da exploração mineral.

O pastor chegou à sede da Superintendência da Polícia Federal por volta das 16h e deixou o local pouco antes das 18h. Ele parou para falar com jornalistas ao chegar e ao sair do local.

Ao deixar a superintendência, ele disse ter esclarecido ao delegado da Polícia Federal que não praticou irregularidades. O pastor confirmou que recebeu um cheque no valor de R$ 100 mil em sua conta pessoal. Mas informou que esse cheque foi recebido por meio de uma oferta pessoal por ter orado para um empresário e que, só agora, soube que o doador está envolvido em irregularidades e é investigado na operação. Malafaia disse que conheceu o empresário por meio de seu amigo e também pastor Michael Abud.

“Foi tudo esclarecido. O delegado, muito competente, perguntou tudo o que tinha direito. Eu respondi tudo”, disse Malafaia. “Sou suspeito de usar contas da minha instituição? Lembrei-me de ter recebido a visita de um amigo meu, de 20 anos, que levou um membro dele [o empresário] para fazer uma oferta, e eu vou desconfiar que o cara está envolvido? Nem ele, o pastor Michael Abud, sabe do envolvimento desse cara, tenho certeza”. Segundo Silas Malafaia, é muito difícil para as organizações e entidades religiosas saber se a origem do dinheiro de doações é ilegal.

Malafaia disse que vai esperar o final das investigações para analisar o que fará sobre o fato de ter sido alvo da operação. “Vou até o final, porque quem é, amanhã, que vai me dar toda essa mídia se encerrar [a investigação] e vocês falarem: ‘olha, pastor, encerraram e não tem nada contra o senhor’? Eu vivo de conceito da opinião pública. Vivo disso. Recebo ofertas de milhares e centenas de milhares das pessoas. E quem é que vai recuperar isso? Quem é que vai recuperar o dano que está me causando, e quem vai recuperar a minha honra?”

Indagado por jornalistas se não seria, então, o caso de devolver o dinheiro, de fonte ilegal, que foi depositado em sua conta, Malafaia respondeu:  “Se, de fato, é um dinheiro ilícito, é claro que eu devolveria. Não preciso de roubo”. No entanto, ele acrescentou que não teria como devolver um dinheiro, fruto de doação, se ele não sabe a origem do dinheiro. “Vou devolver o que, se recebi uma oferta? Ninguém devolve oferta. Você recebe as ofertas e não sabe quem é o cara que dá. Se a Justiça mandar eu devolver um valor, eu vou devolver.”

Exaltado, o pastor reclamou de ter sido conduzido coercitivamente para depor hoje. “Aonde vai o Estado Democrático de Direito? Nem na ditadura fizeram isso contra um cidadão. Estou indignado, sou um cidadão. Quer dizer que jogam o nome da pessoa na lama?”, questionou.

Fonte: EBC

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