Produtividade do conilon cai, mas preço da saca sobe e chega a R$ 404,70

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O Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) divulgou nesta segunda-feira (11), indicadores de mercado do café conilon. A saca de 60 kg, que no dia 04 de julho estava sendo vendida a R$ 399,69 passou a ser comercializada a R$ 404,70. A notícia vem em boa hora para os produtores de café de Rondônia, que este ano, segundo estimativas da Conab, devem colher 1,6 milhões de sacas.

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A área plantada de café em Rondônia aumentou em 4,5 mil hectares, chegando a 94.561, mas a produção apresenta queda e deve ficar em 1,6 milhão de sacas este ano, 100 mil sacas a menos que a safra 2015. A informação consta no relatório do Observatório Agrícola da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), que atribui a retração de produção à menor produtividade ocasionada pela falta de chuvas no período de florada, de setembro a outubro. Nas áreas irrigadas, a ocorrência de sol forte e altas temperaturas, registradas em outubro e novembro, prejudicaram a formação dos cafeeiros e ocasionaram a queda dos chumbinhos.

Os números mostram uma queda de 11% de produtividade nos maiores produtores de conilon do país. No Espírito Santo, onde há crise hídrica sem precedentes, a redução foi maior: 16,5%, enquanto em Rondônia a queda chegou a 5,6%, seguida de Minas Gerais com 2,3%.

Segundo estimativas da Conab, a produção da safra 2016 será de 49,7 milhões de sacas beneficiadas de 60 quilos de café conilon e arábica . A área plantada foi calculada em 1,9 milhão hectares (ha). A produção do conilon representa 18,9% da produção total e está estimada em 9,4 milhões de sacas, uma redução de 16% em relação ao ciclo anterior.

Para a safra 2016, considerando as duas espécies (arábica e conilon), estima-se produtividade média de 25,58 sc/ha, equivalendo a um ganho de 13,7% em relação à safra passada. Com exceção do estado de Rondônia, região do Cerrado baiano, regiões da Zona da Mata e Norte de Minas, Espírito Santo e do Paraná, todos outros estados apresentam crescimento na produtividade.

Perspectivas

Os dados levantados indicam que a área da cultura para a safra atual deverá permanecer inalterada. No estado de Rondônia, a área de produção prevista é de 87.657 hectares, com produtividade média ainda baixa – 18,56 sc/ha. A queda não foi maior por que houve entrada de novas áreas de cultivo do clonal, com produtividade bem superior as de lavouras seminais. São aproximadamente 7 mil hectares de café clonal em formação em todo o estado.

Desde a implantação dos clonais em Rondônia por agricultores capixabas, a cafeicultura passa por um processo gradativo de substituição de lavouras. Em alguns municípios a troca por mudas de café clonal já ultrapassa 40%. De acordo com a Conab, essa mudança vem de fatores como o apoio do governo e prefeituras na distribuição de calcário e mudas e o trabalho de extensão rural da Emater em 44 escritórios situados nas regiões produtoras. Há, ainda, a contribuição de instituições financeiras como o Basa, Banco do Brasil e cooperativas  que têm disponibilizado volume de crédito para custeio e investimentos necessários. A Embrapa e o Idaron também constam no relatório do Observatório Agrícola como grandes parceiras. A primeira pelas pesquisas desenvolvidas para melhoramento de mudas resistentes a pragas e doenças e com tolerância ao déficit hídrico. A segunda, por ter publicado portaria aprovando os requisitos fitossanitários para a produção, o comércio, entrada, o trânsito, armazenamento e utilização de mudas no estado.

Agricultor mais consciente, menor custo de produção

O Observatório Agrícola também destaca no relatório da safra 2016 a busca por profissionalização dos agricultores. Os pesquisadores verificaram que em Rondônia os cafeicultores estão adotando boas práticas agrícolas, principalmente em seleção de cultivares mais adaptadas, irrigação, adubação adequada, manejo integrado de pragas e mecanização. O resultado do avanço da tecnologia é a redução de 21,9% no custo de produção.

Para levantar os custos de produção do conilon no estado, a Conab levou em consideração a implantação de alta tecnologia no cultivo do café como a adoção do sistema de irrigação por aspersão. A produtividade média alcançada a partir do terceiro ano, na fase produtiva, é de 4.050 kg/ha ou 68 sacas de 60 quilos. No sistema de sequeiro, a produtividade era de apenas 25 sc/ha. A surpresa também decorre da utilização de mudas adaptadas ao clima e solo, um trabalho executado pela Embrapa e produtores independentes de mudas. As variedades lançadas no campo apresentam grãos com maior uniformidade de maturação e rendimento no beneficiamento superior a 52%, o que elevou a produtividade média para a casa das 68 sacas por hectare em cafezais novos. Em algumas propriedades a colheita ultrapassa as 100 sc/ha.

Sobre os levantamentos da Conab

A Companhia Nacional de Abastecimento realiza quatro levantamentos no campo ao longo do ano safra da cultura:

1º –  Em novembro e dezembro, com divulgação em janeiro, no período de pós-florada, um dos mais importantes da cultura. Nessa ocasião o clima favorável e as boas práticas agrícolas garantem a uniformidade e qualidade dos grãos;

2º – Em maio, com divulgação em junho, no período de pré-colheita, quando menos de 20% do café do país foram colhidos;

3º – Em agosto, com divulgação em setembro, no período de plena colheita, de março a outubro, concentrada de maio a agosto. Nessa fase de levantamento a colheita já ultrapassa 90% do total em todo o país;

4º – Em dezembro, com divulgação em janeiro, é o último da safra e compreende o período de pós-colheita, com dados consolidados.

Fonte: Assessoria

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