O RÉUZECO?

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Não foi oportuno e muito menos inteligente a postura do Senador Renan Calheiros, ao agredir um Magistrado e um Ministro, nominando o primeiro de “juizeco” e o segundo de “Chefete de Polícia”, justificando a independência dos poderes e foros privilegiados.

Funcionários do Senado não tem foro privilegiado, ou tem?

Na opinião do Senador, parece que sim.

Fica difícil entender o Senador.

No julgamento do impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, ele foi categórico ao amparar o pleito da oposição sobre o fatiamento da punição. Criatividade absurda que obteve aval de um ex-presidente do Supremo, criando uma saia justa para a Corte.

Como sempre, Renan mostra o livrinho da Constituição Federal, quando o assunto o interessa. No caso do julgamento, não existe opinião contrária. Foi um ingrediente inconstitucional. O senador sabia disso. Por que agiu assim, ele deve saber, pois atenuou significativamente a condenação de sua amiga, sucessora do seu amigo Lula. Como confiar numa parlamentar desse?

Hoje, ao seu lado, duas expressões radicais do PT, o Senador Lindbergh Farias (PT-RJ) e a Senadora Vanessa Grazziotin (PC do B-AM) apoiam também a sua manifestação à postura de juízes, Ministro e investigadores.

Foi uma cena de desespero, certamente oriunda da adrenalina liberada em função do estresse que o Senador Renan vem sofrendo. Processos, investigações, e, pior, com a sua credibilidade em baixa, até mesmo na sua terra, cujo prefeito que apoia na capital – já em segundo turno – está cada vez mais desgastado, e, pelas pesquisas, ameaçado de derrota.

Renan fica sendo um homem perigoso para o país. Age certo e com firmeza em favor do cumprimento de regras e regimentos internos, mas fica claro, sua intenção: mostrar que tem peso relevante nas decisões nacionais, desde que não lhe toquem.

Como o parlamento possui parte de membros denunciados na operação Lava-Jato e outros, supostamente, a serem delatados em novas colaborações premiadas, é natural que haja um eco, no entendimento da casa, de que trata-se de uma questão “interna corporis”.

E a oposição de hoje, situação de ontem, tem lá os seus medos e tudo faz para incitar a instabilidade.

Primeiro, porquanto também tem membros delatados; segundo, quem sabe, até pelos motivos, quando começam alguns sinais de que a luz no fundo do túnel, embora distante, pode não ser mais do trem, mas da saída para a estrada de reestruturação política e econômica do país, com vistas a sua recuperação como nação prestigiada no contexto mundial, através de índices realmente compatíveis com o desenvolvimento.

Como apontou o consagrado e um dos mais bem informados e lidos jornalistas brasileiros, Claudio Humberto: “…quem chama juiz de primeira instância de “juizeco” tem tudo para virar mais um “réuzeco”.

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