Moradores interditam ponte em protesto contra dragas

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Moradores do entorno da ponte sobre o rio Madeira, que liga Porto Velho ao estado do Amazonas, fecharam a BR-319 na subida da ponte. O protesto realizado na manhã de ontem (09), reivindicava aumento da fiscalização das dragas que realizam o garimpo embaixo da ponte, prejudicando a estrutura e podendo deixar os moradores sem o acesso de um lado do rio ao outro. A manifestação durou mais de três horas bloqueando os dois sentidos da pista, tendo gerado um congestionamento de cerca de três quilômetros de cada lado. A Polícia Rodoviária Federal (PRF) negociou a liberação da pista com os moradores, que formarão uma comissão para auxiliar na fiscalização.

A PRF informou que o motivo da manifestação foi garantir a integridade da ponte, essencial para os moradores que a utilizam diariamente. “Ela é o meio de transporte deles, e essa exploração ilegal está colocando em risco a estrutura construída sobre o rio”, ressaltou Régis Ramos, responsável pela seção de policiamento e fiscalização da PRF. Os manifestantes se organizarão para ajudar no combate à extração ilegal da atividade mineradora na Área de Proteção Ambiental (APA). “Eles estão formando uma comissão para participar dessa fiscalização, para termos contato aberto com eles, e podemos mandar viatura para verificar e acionar demais órgãos”, relatou Régis.

Toda a negociação para liberação do bloqueio na BR-319, para retomar a circulação de veículos, foi realizada pela PRF. “Nós fizemos contato com os órgãos responsáveis: a Marinha e a Polícia Militar que iniciarão operação para que as dragas não trabalhem nessa área. E a PRF, no pé da ponte, vai intensificar a fiscalização proibindo que se ancore draga ali”, explicou o policial rodoviário federal. Ainda segundo ele, o efetivo público não é o suficiente para estar presente o tempo todo, por isso a ajuda da população é essencial para preservar o patrimônio. “Assumimos o compromisso de fazer o intercâmbio entre os demais órgãos e a associação dos moradores, mesmo porque é interesse nosso, como ente público”, acrescentou Régis.

A Marinha do Brasil informou que a fiscalização é feita diariamente e que no período noturno atuam mediante denúncias. “Se as dragas tiverem fechando o canal de circulação, vai uma equipe para desobstruir. […] É missão da Marinha atuar em situação de perigo para a navegação”, alertou Félix Carlos Gramajo, capitão de corveta da Delegacia Fluvial de Porto Velho. Segundo ele, o número de dragas na APA aumentou depois do projeto de lei aprovado pela assembleia liberando a atividade do garimpo. “Recebemos de 4 a 5 denúncias, desde então, houve um aumento neste mesmo dia, com a migração das dragas”, esclareceu.

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