Debatendo pessoas

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Muito se tem debatido sobre o impeachment. Uns afirmam que é golpe, outros que é Constitucional.

O conflito, que antes poderia ser explicado para leigos, hoje virou uma confusão sem fim. Juristas, professores dos cursos e cursinhos de Direito e advogados, falam uma língua, enquanto outros, não menos reconhecidos como brilhantes juristas, professores e operadores do Direito, falam outra língua.

Não é apenas a democracia que leva a muitas conclusões, é que o Direito brasileiro é uma área muito complexa, no enfrentamento de um cipoal de regras infraconstitucionais e outras de emendas à Constituição. Imagine se fosse consuetudinária?

Nos enfrentamentos no plenário do Senado ouve-se de tudo. Falam com muita convicção de que estão certos. A Senadora Gleisi Hoffmann, mulher inteligente e talentosa na oratória, usa seus conhecimentos de advogada na constante defesa da sua amiga Presidente. Sofisma algumas vezes, cita o cipoal de leis, algumas que não batem com as que amparam o impeachment. Mas está lá, sempre, na tribuna. É a porta voz da Presidente. As vezes parece acreditar que maçã é uma fruta que nasce em goiabeira.

Ouve-se a rádio senado, ou se vê a Globo News, a Globo, Bandeirantes e outros veículos de comunicação que compõem a mídia impressa, eletrônica e televisada, e os assuntos são os mesmos. Parecem as músicas conhecidas como bate-estacas, das baladas da juventude, e dos adultos. Só interessam aqueles fiéis às baladas.

Começou essa semana a análise da comissão do impeachment no Senado da República, insinuam-se conchavos entre o ex-presidente Lula e o Presidente do Senado e este até visitas, ditas por este, protocolares, fez à Presidente Dilma.

Queira ou não, ficam as incógnitas, e para não ficar em cima do muro, o Presidente do Senado torce e apoia a aceleração do processo, visando antecipar a entrega do julgamento ao Sr. Ministro Presidente do Supremo, um grande amigo do Presidente Lula, que em tempos idos como foi publicado por um jornalista, suas famílias eram muito amigas no ABC, e companheiras de “jogos de buraco”. Indicado pelo PT e ainda uma dúvida de como ele vai encarar. Momento difícil, mas acredita-se que ele não envergonhará a nação, desde que suas decisões sejam justas para condenar ou absolver réus.

O problema está em que não se tem debatido interesses nacionais na sua plenitude. Os óbices brasileiros são muitos e exigem equilíbrio nas ações parlamentares, e também dos partidos. Por enquanto, disputa-se interesses pessoais. Não é uma questão de proteger o ex-presidente Lula ou a Presidente Dilma. Essa não deve ser a discussão. Mas é o que acontece. Debater os escândalos, quase ninguém quer, principalmente os que têm telhado de vidro.***

 

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